domingo, 20 de novembro de 2011

SER FELIZ É...


  Não é fácil ser feliz nos dias atuais. Não porque a humanidade tenha regredido e perdido a capacidade de ser feliz. Nada disso. A questão é mais complexa. Somos bombardeados diariamente pelos mais variados estímulos e todos eles passam necessariamente pelo consumo. Entretanto, não basta consumir algo para ser feliz. É preciso o consumo freqüente, regular, porque o objeto de desejo se torna rapidamente obsoleto assim que é adquirido.

  Eu tenho me deparado com esse problema atualmente. Mas eu sei que, no meu caso, é um pano de fundo para outros problemas. Estou tentando compensar algo de que sinto falta, não sei exatamente o que ainda. Mas não sou bem o tipo de pessoa que se realiza numa roupa da moda ou num sapato que todo-mundo-precisa-ter. Minha felicidade vem de forma diferente. Passa pelas pequenas conquistas diárias, pelo crescimento como pessoa, pelo superar de dificuldades, sejam grandes ou pequenas. Passa também pela organização, pelo método, assim como pelo instinto e pelo inesperado. Poucas coisas me comprazem mais do que fazer as pessoas que amo felizes, porque nisso existe a troca. E, geralmente, nós só conseguimos fazer as pessoas que amamos felizes quando estamos muito bem conosco. Impossível fazer bem a alguém quando não se está consigo mesmo.

  Quando começo a perder o foco sobre a minha essência, minha mente vai se voltando, involuntariamente, para a fugacidade. E, sem querer, vou esquecendo das coisas que alegram a minha alma verdadeiramente, como a família, os (poucos) amigos de verdade, o   contato com a natureza, uma boa leitura. O esforço para se conseguir o que se quer. Conheço pessoas constantemente insatisfeitas com tudo, apesar de terem sido agraciadas materialmente. Algumas delas dispõem de tudo sem mesmo terem movido uma palha para isso. Quando as vejo me sinto uma felizarda por ter recebido da vida alguns obstáculos, porque eles me fazem ver o que quero de verdade e o que não quero, como também me ajudam a ficar feliz com pequenas coisas.

  Acredito cada vez mais que a felicidade é o caminho. Não podemos mirar numa meta futura e pensar "quando conseguir isso vou ser feliz". Os objetivos mudam ou simplesmente algumas coisas não acontecem. É preciso sentir-se bem, em equilíbrio. Momentos ruins acontecem, mas é bem possível que nós tenhamos muito mais a agradecer do que a reclamar. O problema é que vivemos entretidos tentando achar a felicidade fora de nós mesmos, sendo que ela está intrinsecamente ligada ao espírito. A verdadeira felicidade só se é percebida quando mostramos a beleza da alma. E eu ainda não "vi" nada mais bonito do que uma alma feliz.

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